quinta-feira, 29 de março de 2012

E fez-se a aspiração

Obviamente fiquei nervosa, e briguei com meu marido porque ele estava atrasado para sair de casa, e como ele fazia isso no dia mais importante da minha vida (mulheres são assim, exageradas, deal with it), e que estava com dor nos ovários porque estava abarrotada de folículos. Nem sei quantos foram na verdade.

Sei só o número lindo de óvulos coletados.

20.

Vin-te.

Que orgulho dos meus pobres ovarinhos policísticos!

Enfim, o procedimento foi rápido. Odiei a injeção da anestesia, senti muita dor no braço. Meu médico tento meu distrair contando uma historinha over and over again que eu não prestei a mais puta atenção. Até que tudo foi ficando embaçado e escuro e, que delícia, dormi.

Acordei falando isso. "Que delícia". Risadas gerais. E eu ria, bêbada bêbada, depois de alguns minutos de intensas tentativas de me acordar. O médico falou: "foram 20 óvulos!" E eu não me convencia: "Eu não quero saber folículos, quero saber quantos óvulos!" E ele: "Vin.te ó.vu.los." E eu realmente achei que ele não tinha me entendido, aquele médico tolinho: "Tá, mas foram quantos óvulos?" E ele, já perdendo as esperanças, bem baixinho... "Vinte, pulgona, vinte..."

E muitas risadas. Falei "que delícia" mais algumas vezes e depois fui recuperando a sobriedade.

Isso foi ontem. Hoje estou com cólicas, afinal foram Vin.te ó.vu.los. Imaginem quantos folículos? E quantas picadas nos meus bravos ovários?

Amanhã volto lá. Vou saber quantos embriões estão evoluindo bem e quantos irão para congelamento. Porque obviamente com vin.te ó.vu.los há que haver embrião excedente. E amanhã também decidimos se faremos mesmo a transferência este mês ou se esperamos o mês que vem. Não preciso nem dizer que vou falar pro meu médico que estou ótima, completamente recuperada e prontinha pra receber meus dois micro pacotinhos no quentinho do meu útero.

Momentos felizes estes, e carregados de ansiedade. Está difícil focar em qualquer coisa, mas pelo menos o que me distrai é o que me deixa feliz. Podia ser sempre assim, com tudo nessa vida.

Darei notícias!!

sábado, 24 de março de 2012

Minha primeira FIV - capítulo I

A proposta da empresa britânica demorou, e eu que sou mulher muito da ansiosa e já não aguento mais indefinições na minha vida, resolvi seguir dois projetos em paralelo. Enquanto não tenho resposta da empresa, tenho minha primeira FIV. E se a proposta realmente aparecer, bom, daí terei que abrir o jogo, correndo o risco de nunca mais ouvir falar deles na minha vida, mas ao mesmo tempo correndo o risco de ser feliz com um baby no colo.

E assim decidi, no dia 14 de março, data de minha última menstruação, que se abririam as cortinas para minha primeira FIV.

E então formaram-se os gases, as fisgadas nos ovários e muito, muito dinheiro foi arremessado para os laboratórios da felicidade.

Estou tomando doses relativamente baixas de Gonal por causa da minha SOP e hoje, 10 dias após minha menstruação e 4 dias antes da aspiração, estou com 22 folículos daqueles no capricho. Hoje começo Cetrotide e segunda-feira volto para o controle e para ver se precisarei do Ovidrel.

O dia D, da transferência, será sábado ou domingo. Uma semana apenas.

E depois a tortura da espera, que já conheço bem e considero a pior parte do tratamento de qualquer pessoa com problemas de infertilidade.

Gases? Tiro de letra! Cólicas? Rio delas. Dores de cabeça? Tenho um remedinho bacana. Ganho de peso? Depois me preocupo com isso. O difícil mesmo é a espera e a ansiedade.

Comuniquei hoje ao meu médico que pretendo transferir 2 embriões, ao que ele prontamente respondeu que, no momento certo, me apresentará ótimos argumentos para eu transferir apenas um. Algo me diz que a capacidade de persuasão do meu médico não é maior que minha ansiedade e determinação (teimosia?).

É isso, meninotas! Estou na luta. Tem alguém no mesmo basrco por aqui?

segunda-feira, 5 de março de 2012

ainda estou aqui

Apesar do desaparecimento, continuo por aqui. Louca para engravidar! Mas com algumas variáveis a mais que precisarei levar em consideração. Estou em vias de receber uma proposta de trabalho fantástica, basicamente ser a diretora geral de uma empresa britânica que quer abrir escritório no Brasil. E enquanto não tiver tudo decidido interna e externamente, nada de fiv, IA e qualquer outra sigla fertilizante.

E vocês, minhas poucas leitoras? Como estão? Novidades intrauterinas?

É estranho ter estado tão obcecada com isso no passado e agora não poder nem pensar direito. Claro que não deixo de querer meu baby tanto quanto antes. Mas preciso saber a hora certa. Talvez seja a hora de investir na carreira, não sei. Talvez não. No final das contas, vou deixar para enlouquecer quando efetivamente tiver uma proposta nas mãos. Por enquanto é tudo especulação...

E neste ínterim estou tentando emagrecer também. Sempre bom para quem quer engravidar, não é?