quinta-feira, 12 de abril de 2012

sobre ciclos e ironias

Esta páscoa foi triste, muito triste. Na 5a à noite recebemos um telefonema da tia de meu marido avisando que sua mãe sofrera um infarte. Na sexta à noite ela sofreu uma parada cardíaca e não resistiu. Minha querida sogra se foi sem ter tido a alegria de um neto de seu filho caçula.

Ela tinha 62 anos e nenhum histórico de doença cardíaca. Meu marido ficou completamente arrebentado. O velório e enterro ocorreram no sábado e segunda-feira foi aniversário do meu marido. Tudo da pior forma possível. Tudo difícil. Minha sogra era agregadora. Agora que ela se foi, ninguém sabe direito o que vai acontecer com a família.

E enquanto esse turbilhão acontecia eu pensava também no meu potencial bebê ou bebês. E percebi que embora o teste fosse 4a feira, já não seria o fim do mundo não estar grávida. Existem dores muito maiores e o que é um mês a mais ou a menos. Percebi com a morte da minha sogra o quanto me prendo a coisas e situações que não merecem o tamanho da minha frustração. Descobrir que não está grávida é chato, claro, mas não justifica todo o transtorno que costuma causar. Está tudo em nossas cabecinhas loucas de hormônios. Não engravidou este mês? Espere o próximo. É só um mês, é só uma tentativa. Economize as lágrimas e o drama para coisas bem maiores nessa vida, coisas que realmente mudam a dinâmica de tudo, como a morte de um ente próximo.

Ontem foi meu beta.

Estou grávida.

108UI/L.

Fiquei emocionadíssima e com sentimentos muito dúbios. Não foi a situação perfeita para comemorar com um luto tão próximo. Meu mairdo chorou de alegria e tristeza. Uma vida termina, outra começa. É o ciclo. Agora vou cuidar de ficar bem e segurar esse bebê aqui. Ninguém precisa de mais tristeza.

Beijos para minhas poucas leitoras, e espero que este texto seja inspirador. Vamos nos preocupar com o que realmente importa e existe?

quarta-feira, 4 de abril de 2012

e fez-se a transferência

Gente, só eu que estou subindo pelas paredes de tesão após a transferência? Jesus amado! Minha libido foi até a Lua! Aconteceu isso com vocês?

Bom, descontado esse efeito colateral muito bem vindo pelo meu marido, todos os outros são bem dos escrotos.

Vamos pros números antes. Já falei que adoto números? Adoro números.

Foram 20 óvulos. Esses 20 óvulos geraram 17 embriões. Dos 17 embriões 10 são Embriões B. Nenhum é A, o que me deixou bastante frustrada embora eu não entenda direito qual a diferença. Tem a ver com nível de fragmentação e velocidade de divisão e tamanho das células. Enfim, eu não gostei porque sempre fui melhor aluna na classe e algo menos que A me deixava fumegando de raiva.

Apesar do discurso do doutor de tentar me convencer a transferir apenas 1 embrião eu agradeci todos os esclarecimentos e recomendações e pedi, por favor, que fossem transferidos 2. Ele riu apenas, conformado, sabendo que mais uma vez perdera para as mulheres loucas para serem mães.

Dois pinguinhos no meu útero. Os outros 8 foram para congelamento.

Vale dizer que de lá para cá continuo com dor abdominal e por mais tesaão que eu esteja sentindo está quase impossível transar com meu pobre marido. Além disso sinto sono, e, claro, muita constipação. De resto não sinto nada. Não tenho enjoo, minhas mamas estão normais e a cada dia as coisas parecem assustadoramente normais. Eu queria era já estar sentindo tudo que uma grávida sente. Mas vou ter que esperar até dia 11, data do meu beta.

Estou com medo gente. Muito medo desse beta. Porque acho que não tenho estrutura emocional para lidar com mais um negativo. Vocês não me conhecem, reajo mal demais às frustrações. Não sou religiosa, não me apoio em outras forças.

Mas até aí, a vida é isso, não? Lidar e superar frustrações, porque elas vêm aos baldes. Vamos que vamos...